O Segredo Para Viver Mais e Com Saúde.
- tianaboyce1
- 12 de fev. de 2021
- 3 min de leitura

Acho que seria correto afirmar que muitos de nós almejamos estender os nossos anos de vida o máximo possível, porém, seria também desejável não apenas ter uma vida longa mas poder gozar de boa saúde física e mental para tirar melhor proveito da vida.
Segundo Elizabeth Blackburn, bióloga molecular, Prêmio Nobel de de Fisiologia e Medicina, 2009, a longevidade se mede pelo tamanho dos Telômeros.
Telômeros são as extremidades dos cromossomos, as estruturas das nossas células onde fica empacotado o DNA. Segundo a bióloga, com o passar dos anos, os pezinhos dos cromossomos ficam mais curtos, fenômeno ligado ao envelhecimento e à maior exposição a doenças, inclusive câncer. Ela também descobriu a telomerase, uma enzima que restaura e mantém as extremidades dos telômeros.

Os nossos cromossomos carregam o nosso material genético e os telômeros são as pequenas extremidades protetoras nas pontas dos cromossomos. Eles são feitos de sequências curtas repetidas de DNA revestidas de proteínas especiais.
Ao longo da vida, eles tendem a se desgastar e, quando os telômeros não podem proteger os cromossomos de maneira adequada, as células não se reabastecem e funcionam mal. Isso se configura em mudanças fisiológicas no organismo, o que aumentam os riscos de doenças do envelhecimento tais como: doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, enfraquecimento do sistema imunológico e muito mais.
Uma enzima chamada telomerase pode adicionar DNA às extremidades dos cromossomos para retardar, prevenir e reverter parcialmente o seu encurtamento.
´Segundo Elizabeth Blackburn, fatores como: alimentação balanceada (frutas, vegetais, grãos, ômega 3, alimentos integrais...), gerenciamento de stress (meditação, mindfulness), prática de atividade física regular, variada e moderada (45 minutos três vezes por semana), relações sociais (grupo de apoio), etc., influenciam positivamente no comprimento dos Telômeros.
Já fatores como: obesidade, pensamentos negativos, raiva, conflitos, medicamentos, inflamações no corpo, solidão, stress crônico, sedentarismo, dieta pobre (alimentos processados, carnes vermelhas, bebidas açucaradas e pão branco altamente refinado), etc, influenciam negativamente no tamanho dos Telômeros, ou seja, diminuem o seu tamanho e assim expõem o organismo a doenças e envelhecimento precoce.

Segundo ela, quem vive refém do estresse e dos maus hábitos tendem a ficar com os telômeros mais curtos, algo capaz de comprometer a renovação celular e, por extensão, a qualidade e a expectativa de vida do ser humano.
Quem desejar aprofundar mais na teoria da bióloga Elizabeth Blackburn, já está disponível a sua obra "O Segredo Está nos Telômeros", versão também em português.

A respeito do mesmo tema, um biólogo britânico chamado Simon Watts fez um estudo sobre os telômeros em lagostas e afirma que as lagostas parecem ser "biologicamente imortais".
De acordo com o biólogo britânico Simon Watts as criaturas são suscetíveis a doenças, ferimentos e danos físicos - como inúmeros pescadores da Nova Inglaterra podem confirmar - mas, "ao contrário dos humanos", "elas não morrem como resultado de seu próprio metabolismo, não parece haver uma expectativa de vida embutida em suas células. ”Como resultado, as lagostas continuam a crescer durante toda a vida, desenvolvendo uma casca mais forte a cada muda.
Os cientistas acreditam que o segredo é a telomerase - uma enzima que protege o DNA por restringir a morte celular. Em humanos, o suprimento de telomerase só pode sustentar uma célula por cerca de 50 divisões. Em animais como a lagosta, por outro lado, continuam a expressar essa enzima por toda a vida.
A telomerase contida nas células da lagosta restaura os telômeros e impede que o DNA seja danificado, por isso ele continua funcionando.
A telomerase não deixa as cadeias de DNA se encurtarem, o que permite as células se manterem perfeitas e a se replicarem de novo e sempre. Nas outras criaturas, as cadeias de DNA se encurtam cada vez que as células se replicam e morrem. A telomerase pode adicionar DNA às extremidades dos cromossomos (telômeros) para retardar, prevenir e parcialmente reverter o seu encurtamento.
Se o segredo da longevidade e da boa saúde está no tamanho dos telômeros, porque não desenvolver hábitos saudáveis para aumenta-los ou, pelo menos tentar evitar hábitos que os encurtem; mesmo havendo outros aspectos a serem considerados, como por exemplo a herança genética, com uma boa prática em saúde só teremos a ganhar seja qual for o cenário.
Estilo de vida é apenas um mecanismo sobre o qual podemos ter total controle e que, se ele for saudável, vai fazer uma grande diferença positiva em nossa qualidade de vida.
Fonte:
https://saude.abril.com.br/medicina/a-receita-da-longevidade-segundo-uma-premio-nobel-de-medicina/
https://www.theguardian.com/science/2017/jan/29/telomere-effect-elizabeth-blackburn-nobel-prize-medicine-chromosomes
https://www.thesun.co.uk/archives/news/1002970/why-lobsters-can-help-us-live-forever/
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